Dança sim! “A dança nunca havia saído do meu coração”. Qual é o seu sonho?

Dança, uma paixão.

A dança invadiu sua alma e é a sua paixão? Então você tem algo em comum a Kelly Souza. Formada em Dança e estudiosa do Método Feldenkrais, de consciência corporal; Kelly saiu de Porto Velho, Rondônia, para fazer Faculdade de Dança, o curso dos seus sonhos, na Universidade Federal de Pelotas, Rio Grande do Sul.

Kelly Souza fez faculdade de dança, e se aperfeiçoa no Método Feldenkrais.

Dança no coração

Após quatro anos e meio amadurecendo como ser humano e como profissional, Kelly está pronta para retornar ao norte do Brasil, levando um pouquinho do Sul no seu coração, deixando parte do seu em todos que conviveram com esse sotaque gostoso de ouvir, tão cheio de serenidade.

Aula de dança, ministrada por Kelly Souza.

Opções: vídeo, áudio e texto

Quer saber como foi a experiência de Kelly Souza, então você tem três opções: assistir ao vídeo, escutar o áudio (para quem deseja ouvir no carro, por exemplo) ou ler a íntegra da entrevista transcrita abaixo.

VÍDEO

ÁUDIO

ÍNTEGRA DA ENTREVISTA TRANSCRITA

Cleo – Olá seja muito bem-vindo ao viverparadorar.com.br na sua sala de bate-papo que é o Canal Viver Para Adorar do You Tube. Aqui, você sabe que nós temos histórias de vida que vão lhe enriquecer como ser humano: inspirar, desafiar e encorajar a realizar os seus sonhos em Deus.
Hoje, eu vou conversar com Kelly Souza. Seja bem-vinda Kelly.

Kelly – Muito obrigada pelo convite.

Cleo – Nós vamos conversar com a Kelly para saber a história dela. Nós estamos aqui no estado do Rio Grande do Sul, mas a Kelly é de bem longe. Ela é da outra extremidade do Brasil, ela é de Rondônia. Natural de São Paulo, mora em Rondônia e veio para cá estudar. Kelly tu vieste estudar o quê?

Kelly – Eu vim fazer Licenciatura em Dança na Universidade Federal de Pelotas.

Cleo – Licenciatura em Dança, isso é muito lindo.

Kelly – Obrigada.

(Risos)

Cleo – Poucas pessoas têm a coragem de deixar uma terra distante como Rondônia… que fica… eu nem sei… a quantos quilômetros de Pelotas.

Kelly – Quilômetros eu não sei te precisar, mas fica a três dias e meio se você for de ônibus ou de carro.

Cleo – Três dias e meio. A Kelly enfrentou tudo isso e veio para cá realizar o seu sonho. Quando surgiu esse teu desejo de dançar? Porque, especificamente, nós estamos falando de dança. A Kelly é cristã. Fazia dança na igreja ou não?

Kelly – Eu nasci numa família cristã, meu avô era pastor. Entretanto eu só comecei a dançar na igreja aos dezenove anos. Eu comecei dança aos nove, balé clássico. Fiz durante um bom tempo na minha cidade. Então, eu tive uma lesão, me machuquei. Tive que começar a trabalhar e fazer uma série de coisas. Só que a dança sempre permeou a minha vida. Entre dezenove e vinte anos eu comecei a dançar na igreja, e foi ali que eu dei continuidade a essa trajetória na dança.

Cleo – Esse desejo… quando a gente tem um talento, e é um talento nato, dado por Deus, ele cresce dentro nós, e, quando nós não realizamos toda a nossa potencialidade, fica faltando alguma coisinha… Fizeste isso aos dezenove anos, mas como foi a ideia de fazer Faculdade de dança na UFPel?

Kelly – Eu nem sabia, na verdade, até cinco anos atrás, sobre a existência de um curso superior de dança. Sempre pensei na dança de outra forma. Eu fiquei noiva, meu noivo foi fazer mestrado em Minas Gerais, ficamos distantes um bom tempo. Então ele me propôs: “-Quem sabe você não vem morar em Minas e fazer uma faculdade?”.

Eu fazia outra graduação, estava no terceiro semestre, não era uma coisa que me realizava. Fui olhar os cursos que essa universidade lá de Minas Gerais me ofertava. Eu fiz uma pesquisa bem profunda porque eu queria iniciar ali uma coisa que realmente me movesse. Tinha dança, tinha licenciatura nessa universidade. A princípio eu não pensava na dança como profissão, era um amor, uma coisa que me movia muito, mas eu ainda tinha receio de fazer uma faculdade de dança.

Pesquisei todos os cursos da universidade. Até me interessei por um outro, mas fiquei nessa … acho que Deus falando ao meu coração que isso era a vontade dEle para mim. Eu não conseguia me imaginar, a partir daquele momento, fazendo outro curso. Então, eu decidi ali fazer licenciatura em dança, a princípio, em Minas.

Cleo – Eu sei que tu sempre tivesses esse desejo de servir a Deus através da dança e profissionalmente também, mas que havia ficado apagado, adormecido esse sonho até o dia que aconteceu algo. O que aconteceu na tua vida?

Kelly – Como eu falei no início, eu me envolvi com a dança na igreja um pouco tarde aos dezenove anos. Depois que eu me machuquei, fui trabalhar e fazer outras coisas. Eu queria que a dança realmente saísse da minha vida de vez. Fiquei um pouco frustrada talvez em relação a isso. Um dia houve um mover de unção na minha igreja, com um pastor de Manaus convidado.

Eu nunca vou esquecer. Ele falou uma frase muito simples, ele falou: ” Hoje Deus vai ressuscitar sonhos no coração de vocês, coisas que vocês amam, coisas que vocês se dedicaram durante um tempo, e que de alguma forma isso se apagou, isso se afastou da vida de vocês, Deus vai trazer de volta hoje”.

Eu estava na igreja há bastante tempo, mas, naquele instante, a palavra que me veio à cabeça foi: DANÇA. Olhei as meninas dançando no altar e falei: “-Porque eu não estou ali? Eu deveria estar ali, eu faço parte disso, eu dancei durante muitos anos, eu me dediquei muito a isso. Então aquele dia foi um divisor de águas.

Entrei para a dança na igreja, comecei a fazer parte do grupo, dos ensaios e de tudo. Aí eu percebi que a dança nunca havia saído do meu coração, da minha vida. Apesar de eu ter deixado um pouquinho adormecido, de fora.

Cleo – Assim, tivesse que assumir aquilo que Deus te deu para fazeres.

Kelly – Sim, inclusive a minha líder, que hoje é pastora lá em Porto Velho, falou para mim que ela sempre quis me convidar para fazer parte do grupo de dança, quando comecei a fazer parte da célula dela, porque ela sabia que eu já vinha de uma trajetória longa na dança. Mas ela quis respeitar o meu tempo. Ela achava que havia alguma coisa ali que eu tinha que resolver sozinha para começar a fazer parte do ministério de dança na igreja.

Cleo – É assim que Deus vai trabalhando, usando pessoas, usando os pastores, usando os irmãos, usando os nossos familiares, muitas vezes, para nos trazer a realidade. Nós temos, até o dever, de buscarmos os nossos sonhos. Ele está sempre pronto a nos abençoar e dar aquilo de que precisamos; nos dar as ferramentas para que nós alcancemos isso. Quanto tempo ficaste aqui em Pelotas fazendo o teu curso?

Kelly – Quatro anos e meio.

Cleo – Quatro anos e meio. Longe da família?

Kelly – Longe da família. Não vejo minha mãe há quatro anos e meio. Vou vê-la daqui há duas semanas.

Cleo – Muitas saudades. Qual é o nome da tua mãe?

Kelly – Ana.

Cleo – Então, dona Ana sua filha está quase nos deixando e nós vamos ficar com muitas saudades dela, porque a senhora criou uma filha muito amada. Parabéns. Kelly fez também uma formação complementar a sua graduação. Foi um curso realizado em Porto Alegre, e ela vai nos dizer com quem foi.

Kelly – Eu faço a formação no Método Feldenkrais, que é uma linha da educação somática, a qual tem se direcionado muito para a dança porque ele trabalha com o movimento. É um método que trabalha a consciência pelo movimento.

É promovido pelo Núcleo Feldenkrais, cuja sede fica em São Paulo. Essa é  recém a terceira formação no Brasil, é um método muito novo. Foi criado por um Ucraniano, que faleceu no início dos anos oitenta. Ele era físico e matemático.

Ele era de uma outra linha e começou a estudar o movimento porque teve uma lesão, um problema de saúde. Ele encontrou a partir dali um caminho para construir novas possibilidades, para criar consciência, e para ajudar pessoas com problemas físicos. Como isso trabalha muito com a questão do movimento, do sistema nervoso, é um método bem complexo.

Acabou que muitas pessoas das artes, não só dança, mas música, artes visuais, teatro se interessam muito por esse método. Uma das coisas que eu acho mais interessante é que ele ajudou muitas crianças com problemas neurológicos a se recuperarem. Porque o método dele além de ser muito sensível, tem muita ciência envolvida. É uma terapia alternativa – podemos dizer assim – mas que ajudou muitas crianças com problemas neurológicos.

Cleo – Kelly, para vir de um lugar tão distante, tu tiveste que vencer muitas barreiras. Barreiras pessoais, do clima – porque aqui é mais frio. Tu venceste, tanto é que estás aqui. Como foi essa tua experiência aqui no Rio Grande do Sul?

Kelly – Eu vim para cá com bastante receio, porque os gaúchos têm má fama no Brasil (risadas). Eu tinha muito medo de não fazer amizades, e achei que eu fosse sofrer preconceito por estar vindo do Norte. Eu vim com algumas questões, mas fiquei muito surpresa.

Os gaúchos são muito acolhedores, eu não tenho o que falar. Eu e o meu noivo fomos muito bem recebidos e fizemos amizades que acho vão ficar para a vida inteira. Para te ser bem sincera, o maior desafio para mim realmente foi o inverno.

Cleo – O inverno te castigou então?

Kelly – Eu vim sabendo que eu teria que vencer quatro invernos. Já estou vencendo o meu quinto, sempre com esse pensamento: está passando, está acabando, você não vai passar frio daqui a pouco. É uma adaptação, o Norte é quente todos os dias. Gosto muito de verão e de calor, acho muito mais prático. Esse foi o meu maior desafio.

Cleo – E sobre a Faculdade de Dança da Universidade Federal de Pelotas, conseguiste te integrar com os outros estudantes, professores?

Kelly – Eu tive experiências maravilhosas, muitos desafios. O curso de dança ainda é um curso relativamente novo, não só aqui, no Brasil inteiro. Apesar de haver cursos bem antigos, como o da Bahia, ainda não temos tantos incentivos.

Acho que a questão estrutural da UFPel acaba limitando um pouco várias coisas, mas, como eu vim para cá para estudar, já que eu tive essa oportunidade, essa bênção de vir para estudar, eu me dediquei a tudo que eu podia.

Participei de projetos que me interessavam, eu cresci muito pessoalmente dentro da universidade porque o que eu pude fazer para aproveitar esses quatro anos aqui eu fiz. Eu me dediquei integralmente a isso e saio com a sensação de dever cumprido.

Cleo – O dever de quem veio estudar e também o dever de quem realizou o seu sonho, o desejo do seu coração e o desejo do coração de Deus.

Kelly – O amor me moveu. Sempre se fala que quem entra no curso de dança entra por amor. As pessoas ainda têm muito preconceito – você vai viver de dança? – Ainda existe toda uma questão social envolvida.

Cleo – Preconceito. Privilegia-se certas carreiras em detrimento de outras. Eu tenho certeza que a Kelly nos trouxe muito de Rondônia e de toda região norte, porque ela mora no Acre, não é?

Kelly – Morava em Porto Velho, morei no Acre já.

Cleo – Ela morou em diversos estados e trouxe tudo isso com ela. Foi um enriquecimento para o sul. Nós nos sentimos honrados por todos os estudantes que vêm para cá e trazem as suas experiências. Principalmente, quando é uma cristã que traz a experiência também da igreja, a igreja lá no norte do Brasil, e dos nossos irmãos.

É uma grande alegria ver esse sucesso, a realização desse sonho da Kelly. Eu quero desejar a ela todas as bênçãos de Deus na sua vida, sucesso profissional, e que ela possa usar isso como profissão, e, também, no seu adorar a Deus. Que seja uma constante na vida dela, porque é muito importante nós sermos levados a Deus também através da dança.

Kelly – Amém. Eu agradeço o convite. Foi muito bom repartir essa experiência com vocês, compartilhar isso. Esse mover de Deus é muito importante, quando conseguimos conciliar sonhos com o que Deus colocou em nossas vidas desde muito pequenas.

No meu caso foi a dança, e sair de Pelotas levando isso como profissão é muito importante para mim. Saio daqui realizada. Deus! Agora é daqui para saltos mais altos em relação à dança.

Cleo – Que bom Kelly, parabéns. Então, para todos vocês que nos assistiram muito obrigada. Não se esqueçam, inscrevam-se no Canal Viver Para Adorar, um grande abraço e fiquem com Deus.

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